Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!

Fernando Sabino

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

UMA ADIVINHA PARA AS CRIANÇAS!

Quem sou eu?



Quem sou?

Às vezes sou triste, às vezes sou divertido.

Às vezes eu faço chorar, às vezes eu faço rir.

Às vezes conto aquilo que você não sabe.

Às vezes ponho dúvida na sua

cabecinha.

Sempre faço companhia a você.

Comigo você cresce.

Comigo aprende.

Comigo você se diverte.

Comigo você sonha.

Comigo você descobre mundos

maravilhosos.

Comigo você chora,ri,viaja, sonha...

Comigo você cresce, você aprende a viver.

Por tudo isso, pouco peço a você.

Nem peço que você concorde comigo.

Só peço que você me leia.


Pedro Bandeira

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

FORMAR LEITORES, UMA MISSÃO POSSÍVEL!

DÍGRAFO- Maio/2003

Uma das minhas alegrias são as cartas que recebo das crianças. Escrevem-me a propósito de meus livros infantis. Alegro-me sabendo que esses livros, além de dar prazer fazem as crianças pensar. As crianças me entendem. Meu filósofo mais querido, Nietzsche, escrevia para adultos eruditos, e eles não o entendiam. Desanimado com a estupidez dos adultos, ele escreveu: "Gosto de me assentar aqui, onde as crianças brincam ao lado da parede em ruínas, entre espinhos e papoulas vermelhas. Para as crianças, sou ainda um sábio; e também para os espinhos e as papoulas vermelhas". Os adultos não o entendiam porque ele escrevia como criança. Pois eu recebi carta de um menininho. Não vou revelar o nome dele para não comprometê-lo perante a professora. Li a cartinha dele tantas vezes que já a sei de cor. Transcrevo: "Prezado Rubem (...). Li o seu livro 'O Patinho que Não Aprendeu a Voar'. Eu gostei, porque aprendi que liberdade é fazer o que se quer muito mesmo. Escreva para min. E eu tenho uma professora demais. Com todos os livros que a gente lê, ela manda fazer ditados, encontrar palavras com dígrafo, encontro consonantal e encontro vocálico".

Minha alegria inicial foi interrompida por um estremecimento de horror: eu não sei o que é dígrafo! Meu Deus! Ele, um menininho de 9 anos, já sabe. E eu não. O dígrafo tem de ser coisa muito importante, essencial, para ter sido incluído no currículo de um menininho de 9 anos. Com certeza, é preciso Conhecê-lo para ser iniciado nos prazeres da leitura, a única coisa que importa.

E eu não sabia disso. Não sei o que é dígrafo. Duvido da minha competência literária. E certo que Guimarães Rosa, Adélia Prado e Manoel de Barros, ao escrever, tinham de ter sempre presente na consciência a importância dos dígrafos. E o pior: recusei-me a saber o que é dígrafo quando uma professora tentou salvar-me da minha ignorância.

Meu pensamento é poético. Recusa-se a nadar em linha reta. Dança, deleita-se em analogias. Apareceu-me logo uma analogia de natureza sexual, provocada, provocada por Roland Barthes, que liga a escritura ao erotismo: o texto como objeto de prazer, cujo manual de delícias, seu "Kama Sutra", há de ser aprendido. O par de amantes está abraçado, corpos e almas incendiados pelo desejo. A mão do amante desliza vagarosamente pela pele lisa da amada. Mas ele, professor de anatomia, em virtude dos seus saberes científicos e dos seus hábitos, em vez de ir recitando docemente textos do 'Cântico dos Cânticos' ou poemas eróticos de Drumond, não pode resistir à compulsão de enunciar os nomes científicos dos músculos do corpo da amada. Assim termina uma noite que poderia ter sido uma noite de amor. A ciência triunfa - e ele não errou nem um nome -, mas o amor fracassa. Pois é isso que acontece naquela aula em que as crianças aprendem não os prazeres do texto, mas os nomes anatômicos de sua gramática. Há uma razão para isso: o prazer da leitura de um texto não pode ser avaliado. É coisa subjetiva. Não é científico. Mas dígrafos, encontros consonantais e vocálicos, sim. A professora, coitada, não é culpada. Ela sabe que sua função é cumprir ordens que vem de cima, dos especialistas. Há um programa a seguir. Ela obedece. Já nem se atreve a pensar.

Wittgenstein diz que o sentido de uma palavra é o uso que dela se faz. Quais os usos possíveis da palavra "dígrafo"? Não serve para erotizar o texto. Não torna o texto mais saboroso nem aumenta a gula literária do aluno. O texto não fica mais claro quando seus dígrafos são grifados. Tentei imaginar uma conversa inteligente em que a palavra "dígrafo" entrasse. Não consegui formular uma única frase humana.

Quando eu estudei, acho que o termo "dígrafos' ainda não havia sido inventado por algum gramático. Mas os infinitamente variados nomes da análise sintática já existiam. A inventividade dos gramáticos não tem fim! Estudei muito a analise sintática. Sofri tanto que, naquele tempo, escrevi num relatório para o colégio em que estudei, o Andrews, no Rio, que eu queria ser engenheiro; eu era bom em matemática, mas não gostava das coisas da língua. A análise sintática me ensinou a ter raiva da literatura. Só muito mais tarde, depois de esquecer tudo o que aprendera na análise sintática, aprendi as delícias da língua. Aí, parei de falar os nomes anatômicos dos músculos da amada. Lia e me entregava ao puro gozo de ler.

Acho que as escolas terão realizado sua missão se forem capazes de desenvolver nos alunos o prazer da leitura. Ele é o pressuposto de tudo mais. Quem ama ler tem nas mãos as chaves do mundo. Mas o que vejo acontecendo é o contrário. São raríssimos os casos de amor à leitura desenvolvido nas aulas de estudo formal da língua.

Paul Goodman, controvertido pensador norte-americano, diz: "Nunca soube de nenhum método para ensinar literatura que não terminasse por matá-la”. Parece que a sobrevivência do gosto pela literatura tem dependido de milagres aleatórios, que estão ficando cada vez menos freqüentes.

Vendem-se, nas livrarias, livros com resumos das obras literárias que caem nos vestibulares. Quem aprende resumos de obras para passar no vestibular aprende mais que isso: aprende a odiar a literatura. Esta, como o corpo da pessoa amada, não é objeto de conhecimentos científicos; é objeto de prazer.

Sonho com o dia em que as crianças que lêem meus livrinhos não terão de grifar dígrafos e em que o conhecimento das obras literárias não será objeto de exames vestibulares: os livros serão lidos pelo simples prazer da leitura.
(Rubem Alves, 64. educador, escritor e psicanalista, é professor emérito da Universidade Estadual de Campinas)


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

DIA NACIONAL DO LEITOR


Ler é viajar. Esta frase é bastante conhecida não deixa de ser verdade pois foi (e ainda é) através da leitura que o homem passou a conhecer lugares onde nunca esteve, se remeter ao passado histórico ou criado e até mesmo, projetar o futuro.


Mas ler nem sempre é uma tarefa fácil. No Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas em idade possível de leitura (acima de 5 anos) ainda são analfabetos.


E saber ler significa ler e escrever um bilhete simples. Aquela pessoa que aprendeu a ler e escrever, mas esqueceu e a que só assinava o próprio nome foi considerada analfabeta.


É importante lembrar que não se nasce leitor , o aprendizado da leitura é um processo infinito de capacitação que é fomentado pelo contato com livros.


Pouco a pouco, a prática da leitura nos faz buscar cada vez livros mais complexos, sejam eles literários ou não, o que indica nosso crescimento na capacidade de interpretação e de abstração.


Ler nunca é uma atividade passiva. Através da leitura, o leitor identifica e cria lugares, personagens e estórias. Muitas vezes, se projeta no que está lendo.


O poder do livro em nossa história é tanto que diversas vezes, foram proibidos, queimados e censurados, pois iam contra um regime autoritário e totalitário. Assim foi na Inquisição, nas ditaduras militares que assolaram a América do Sul.


Portanto, apesar da capacidade de informação visual da sociedade em que vivemos, não podemos desprezar a competência do livro em nos fazer viajar.


Fonte: Soleis, Guia dos Curiosos



quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Dia da Confraternização universal- 1º de janeiro!

O POEMA DA PAZ- MADRE TERESA DE CALCUTÁ

O dia mais belo? Hoje

A coisa mais fácil? Equivocar-se

O obstáculo maior? O medo O erro maior? Abandonar-se

A raiz de todos os males? O egoísmo

A distração mais bela? O trabalho

A pior derrota? O desalento

Os melhores professores? As crianças

A primeira necessidade? Comunicar-se

O que mais faz feliz? Ser útil aos demais

O mistério maior? A morte

O pior defeito? O mau humor

A coisa mais perigosa? A mentira

O sentimento pior? O rancor

O presente mais belo? O perdão,


O mais imprescindível? O lar

A estrada mais rápida? O caminho correto

A sensação mais grata? A paz interior

O resguardo mais eficaz? O sorriso

O melhor remédio? O otimismo

A maior satisfação? O dever cumprido

A força mais potente do mundo? A fé

As pessoas mais necessárias? Os pais

A coisa mais bela de todas? O amor

http://portalcot.com/br/poesias/isabelly-codu/o-poema-da-paz-madre-teresa-de-calcuta/