Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!

Fernando Sabino

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A IMPORTÂNCIA DA TAREFA DE CASA

A IMPORTÂNCIA DA TAREFA DE CASA, DO SITE: EDUCADORBRASILESCOLA.COM

A tarefa escolar que vai para casa, tem grande papel no desempenho escolar do aluno.
Segundo pesquisas realizadas, a educação básica mostra que 43,2% dos estudantes que não tem uma rotina escolar, apresentam os piores desempenhos nos estudos.

Com esta preocupação, a lição de casa tem sido alvo de reflexão ao se referir ao processo ensino - aprendizagem. Muitas vezes a lição de casa é feita apenas para preencher o tempo do aluno.
E você educador? Elabora suas atividades de casa por elaborar ou busca estratégias e objetivos a atingir?
O ideal é que as estratégias sejam bem definidas tornando os alunos capazes de fazerem a diferença, no sentido de consolidar os conteúdos apresentados em classe, de forma que tenham um bom desempenho na evolução da aprendizagem.

Para que facilite a elaboração de lições de casa com estratégias e objetivos que irão propiciar um melhor aprendizado para o educando, sugere-se algumas dicas:
• Ter o planejamento como ponto de partida;

• Planejar atividades desafiadoras;

• Elaborar atividades que prendam a atenção dos alunos;

• Definir os conteúdos pedagógicos, para que utilize estratégias específicas para um determinado conteúdo;

• Buscar elaborar lições pensadas, ao invés de propor qualquer atividade apenas para ocupar o tempo do aluno em casa;

• Elaborar situações - problema a todo instante;

• Buscar sempre fazer uma abordagem da atividade que vai para casa, em sala de aula, apresentando as melhores fontes de pesquisas evitando que o aluno faça simplesmente uma cópia, bem como incentivar o raciocínio e ampliação de seus conhecimentos.

• Sempre corrigir as atividades de casa, reservando um tempo significativo. Tal procedimento irá ajudar na construção das demais atividades, visto que poderão ser identificadas as dificuldades e necessidades dos alunos.

• Além de propiciar atividades bem planejadas, o educando deve buscar estar sempre orientando os pais ou responsáveis de como proceder com o aluno neste momento tão importante para o desempenho escolar.

• Ter consciência de que uma lição de casa deve levar o aluno a desenvolver importantes habilidades básicas, tendo como principais delas:


1
. Ler e escrever. 2. Interpretar e analisar dados.
3.
Comparar e sintetizar informações.
4.
Pesquisar e resolver situações – problema.


Boa sorte!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

HISTÓRIA DO BRINQUEDO-TEXTO INFORMATIVO


HISTÓRIA DO BRINQUEDO

INTRODUÇÃO:
   Ao nascermos recebemos nosso primeiro brinquedo e começamos a aprender a brincar. À medida que crescemos vamos aumentando nossa relação com ele, objeto fundamental para a formação da nossa personalidade.
    É nessa fase que damos vida a seres inanimados e os incorporamos às nossas próprias vidas.Quem não se lembra com carinho daquela boneca ou carrinho?
Eles de fato faziam parte do nosso mundo, interagiam conosco, mesmo que não possuíssem bateria ou movimento. Nossa imaginação cuidava de tudo.
    E é na imaginação que os brinquedos atuam, preparando as pessoas para uma vida toda que virá pela frente. Por meio deles, transpomos barreiras de tempo e espaço. Somos Capazes de ser o que sonhamos por isso eles se tornaram únicos, por isso reservam seu espaço em nossos corações e mentes.
    Para todos nós que estamos, no nosso dia-a-dia, envolvidos com ele, sabemos que brinquedo é coisa séria.
    Alguns filósofos garantem que brincar é a base da cultura de um povo.
    O Brinquedo age como espelho da sociedade. Retrata usos, costumes, moda, tecnologia de um período, como um corte radiografado no tempo.
    O fascinante elo entre o mundo do faz-de-conta e a vida real recebe, com esse trabalho, um aliado de peso, num terreno nem sempre fértil de publicações.
    Ao conhecer esse universo mágico, descobrimos que o brinquedo é muito mais que entretenimento. É acima de tudo, um processo cultural que forma, amplia e estabelece valores.
    Feliz da nação que realiza, quão importante é o respeito pela criança e a importância de brincar. Pois é brincando que a criança amadurece, realiza seus sonhos, extravasa seus medos, imitam seus pais e o mundo adulto, testa seus limites. E sempre tendo um brinquedo, ou uma brincadeira, como instrumento de ação e de educação.
 A história do brinquedo é tão antiga quanto à história do homem.
    Muitos brinquedos que temos hoje nasceram nas grandes civilizações antigas e boa parte deles permaneceram inalterada ao longo dos tempos.
    Do Egito, herdamos o jogo-da-velha e as bolinhas de gude.
    Da China, o dominó, os cata-ventos e as pipas. Da Grécia e de Roma, pernas-de-pau e marionetes.
    A viagem pela história dos brinquedos nos permite percorrer culturas, estilos, modos de vida, regras sociais, uso de materiais e ferramentas, relações pessoais.
    Uma história recheada de curiosidades, inventores criativos, brinquedos que fazem sucesso e fábricas que lutam para se aperfeiçoar.

O BRINQUEDO NA EDUCAÇÃO-CONSIDERAÇÕES HISTÓRICO

A inexistência de estudos históricos acerca da evolução do brinquedo no Brasil
Leva-nos a adotar a história do brinquedo na sociedade francesa, como parâmetro,
Para a análise do tema proposto.
Na França, a evolução do brinquedo acompanha os grandes períodos da civilização.
Ocidental. Pode-se situar na antiga Roma e na Grécia o nascimento das primeiras
Reflexões em torno da importância do brinquedo na educação.
PLATÃO, em Les Leus (1948), comenta a importância de se aprender brincando, em.
Oposição à utilização da violência e da opressão. Da mesma forma, ARISTOTELES.
Sugere, para a educação de afianças pequenas, o uso de jogos que imitem atividades.
Sérias, de ocupações adultas, como forma de preparo para a vida futura. Mas, nessa
Época, ainda não se discutia o emprego do jogo como recurso para o ensino da leitura.
E do cálculo.
Os jogos destinados ao preparo físico aparecem entre os romanos com a finalidade de
Formar soldados e cidadãos obedientes e devotos. A influência grega traz às escolas
Romanas uma nova orientação, acrescentando á cultura física a formação estética e.
Espiritual.
Posteriormente, escritores como HORÁCIO e QUINTILIANO assinalam em seus escritos.
A presença de pequenas guloseimas em forma de letras, elaboradas pelas doceiras de.
Rolha, destinadas ao aprendizado das letras. Parece que a prática de aliar o jogo aos
Primeiros estudos justificam que as escolas responsáveis pelas instruções elementares
Tenham recebido, nessa época, o nome de ludus, semelhante aos locais destinados a.
Espetáculos e ã prática de exercícios de fortalecimento do corpo e do espírito.
* Coordenadora do Labrimp da Feusp e Profª.dra. da Fac. de Educação da USP.


Com o advento do Cristianismo, a sociedade cristã forma um Estado poderoso e toma
posse do Império desorganizado, impondo uma educação disciplinadora. As escolas
episcopais e as anexas a mosteiros buscam a imposição de dogmas, distanciando-se.
do desenvolvimento da inteligência. Os mestres recitam e lêem cadernos. Aos alunos
cabe a decoração. Neste clima não há condições para a expansão dos jogos,
considerados delituosos, à semelhança da prostituição e embriaguez.
Durante o Renascimento, o aparecimento de novo ideal carregado de paganismo traz.
outras concepções pedagógicas. A felicidade terrestre é considerada legítima, não.
sendo necessário mortificar o corpo, mas sim desenvolvê-lo. Assim, reabilita-se o jogo.
A partir do momento em que o jogo deixa de ser objeto de reprovação oficial,
incorpora-se no cotidiano dos jovens, não como diversão, mas como tendência natural.
do ser humano. RABELAIS e MONTAIGNE compartilham desse ideal, denunciando a.
crueldade e os castigos corporais dos tempos medievais.
O grande acontecimento do século XVI foi à criação do Instituto dos Jesuítas. Ignácio
de LOYOLA, um dos líderes dessa Companhia, por ter sido militar e nobre compreende.
a importância dos jogos de exercícios para a formação do ser humano, e preconiza sua.
utilização no sistema educacional de sua organização. O Ratio Studiorum, por exemplo,
ensina o latim com o seguinte método: a gramática latina aparece em cinco tabelas - a
primeira para o gênero e a declinação, a segunda para as conjugações, a terceira para.
os pretéritos e as duas últimas para a sintaxe e a quantidade. Por intermédio de
exercícios de caráter lúdico, as crianças substituem o ensino escolástico e o.
psitacismo pelo emprego das tábuas murais.
O Renascimento admite cada vez mais a necessidade de exercícios físicos, banidos
pela Idade Média Exercícios de barra, corridas, jogos de bola parecidos com o futebol e.
o golfe é comum. Aos jogos do corpo, são acrescidos os do espírito, os quais.
refletem a presença marcante do vocabulário dos antigos jogos de cavalaria. A
Descrição de um jogo de espírito oferecida por Pe. de DAINVILLE demonstra essa
tendência:
“A classe decorada de pintura, de ornamentos e de divisas, assim que uma liça é o”.
campo fechado no qual se encontram 2 partidos rivais. Cada campo é dividido em
decúrias ou grupos de 10 alunos, tendo à sua frente um decurião. A carga está em
concurso e se leva à ponta da pena por uma composição de cerca de 2 horas. A correção
mútua do dever se apresenta como um duelo, como um reencontro de grupos, muitas.
vezes renovadas pelos trabalhos de Hércules ou Golias, como a luta de um contra vários.
São assim, combates de peões, de alunos sem carga entre eles... ““
O jogo de cartas educativo é, também, uma invenção desse período. Cabe a Thomas
MURNER, frade franciscano, a sua invenção, com o intuito de ensinar Filosofia. Ele
percebe que seus estudantes não entendem a dialética apresentada por textos
espanhóis. Assim, edita uma nova dialética em imagens, sob forma de jogo de cartas,
engajando os jovens em um aprendizado mais dinâmico. Teve grande sucesso no
empreendimento.
A invenção de MURNER coincide com os progressos da técnica. A gravação em
madeira é substituída pela de cobre, permitindo a multiplicação e a preservação das.
imagens. Começam a proliferar jogos educativos em forma de alfabetos, imagens em.
jogos de ganso e cartas com caráter educativo.
O século seguinte continua a expansão dos jogos de caráter educativo. Acompanha esse

processo o comentário de filósofos que apontam à importância das imagens e dos sentidos
para a apreensão do conhecimento. A obra Orbis Sensualium Pictus, de COMENIUS,
mostra, em 1657, a relevância das imagens para a educação infantil. LOCKE, o pai do.
empirismo reforça essa tese, mostrando que tudo que está na inteligência passa pelos.
sentidos. Desta forma, multiplicam-se jogos de leitura preconizados por LOCKE, bem.
como diversos jogos destinados à tarefa didática nas áreas de História, Geografia, Moral,
Religião, Matemática, entre outras.
A eclosão do movimento científico diversifica os jogos que passam a incluir as inovações
científicas no século XVIII. A publicação da Enciclopédia favorece o aparecimento de novos
jogos. Preceptores da época utilizam as imagens publicadas na Enciclopédia para criar
jogos destinados à educação dos príncipes e nobres. Madame de GENLIS. em 1781,
constrói um laboratório de química com a finalidade de educar os filhos de Philippe
EGALITÉ, baseada em uma metodologia lúdica. O clima de efervescência científica e as
descobertas divulgadas pela Enciclopédia favorecem a publicação de inúmeras obras, que.
valorizam o aprendizado das ciências, por intermédio de novas metodologias. São
exemplos dessa natureza: Observations, physiques et mathématiques pour servir a I.
'historie naturelle et à la perfection de la géograpie et de I 'astronomi, de P. GOUGE;
Spectacle de ta nature, de Pe. Abbé PLUCHE, Les Nouvelles Recreations Physiques et
Mathématiques, de GUYOT, e outras (RABECP-MAILLARD, p. 30).
Outra característica do século XVIII é a popularização dos jogos educativos. Antes restritos
aos príncipes e nobres, agora se tornam veículos de divulgação, crítica e doutrinação.
popular. Utilizados para o desempenho de papéis, difusão de idéias e crítica de.
personagens, tais jogos penetram no cotidiano popular. A lanterna mágica, inventada por.
Athanase KIRCHER, no século anterior, permite ao povo deslumbrar-se com espetáculos.
inusitados. Os jogos de ganso contam a glória dos reis e celebram suas qualidades.
Inaugura-se, assim, a prática da exploração do jogo como instrumento de propaganda.
É ainda no século XVIII que nasce a concepção de infância construída ao longo de cinco
longos séculos e postulada por ROUSSEAU em Emílio, como a necessidade de uma.
educação ajustada à natureza infantil. A infância, entendida como período especial na.
evolução do ser humano, dotada de uma especificidade, batizada por ARIES (1986).
posteriormente como "sentimento de infância% traz em decorrência a adoção de práticas
educativas que prevalecem até hoje: a criança passa a ser vestida de acordo com sua
idade brinca com cavalinhos de pau, piões e passarinhos e tem permissão para se.
comportar de modo distinto do adulto. Abre-se, assim, um espaço propicio ao nascimento.
da Psicologia Infantil, que desabrocha, no século XX, com a produção de pesquisas e.
teorias que discutem a importância do ato de brincar para a construção de representações
infantis. Estudos e pesquisas de caráter psicogenético, encabeçados por PIAGET,
BRUNER, VIGOTSKY, entre outros, fecundam relevantes pressupostos para a construção.
de representações infantis relacionadas às diversas áreas do conteúdo, influenciando as.
atividades curriculares dos novos tempos. Complementam tais estudos, pesquisas de.
caráter interdisciplinar, demonstrando que o ato de brincar, assim como outros.
comportamento do ser humano sofre intensa influência da cultura na qual está inserida.
a criança. O fato de cada cultura apresentar uma relativa continuidade histórica e, de.
certa forma, uma especificidade que pode se refletir nas condutas lúdica s, faz emergir a.
valorização dos brinquedos e brincadeiras tradicionais como nova fonte de conhecimento e
de desenvolvimento infantil.
Em matéria de jogos tradicionais de rua, o quadro de Pierre Buchelle VIEUX mostra como.
crianças francesas brincam nas ruas, em 1560. São cerca de 20 tipos diferentes de jogos
envolvendo brincadeiras com ossinhos, bola, pular cavalo, escalar muro, balançar pipa e outras.
O jogo de ossinhos demonstra claramente, pela evolução dos materiais empregados na.
brincadeira, bem como pelas diversas formas de jogar as peças, a decisiva influência da cultura.

Esse jogo já está presente na Grécia e sofre variações ao longo dos séculos e nas
diversas regiões quanto ao emprego do material (ossinhos, pedrinhas, saquinhos de).
(pano, tampinhas etc.). No Brasil, o levantamento de brincadeiras tradicionais ainda é.
bastante precário e as pesquisas que demonstram sua importância para a
socialização, integração social, bem como para o desenvolvimento da linguagem e o.
desenvolvimento cognitivo, ainda está começando.
O início do século XIX presencia o término da Revolução Francesa e o surgimento das
inovações pedagógicas. As escolas esforçam-se para colocar em prática princípios de
ROUSSEAU, PESTALOZZI e FROEBEL. ROUSSEAU, por exemplo, já aponta duas.
facetas no brinquedo: o objeto e a ação de brincar. A primeira não merece sua
atenção, uma vez que considera os sentidos uma fonte nem sempre fidedigna de.
conhecimento. É a ação do sujeito, a relação estabelecida pela inteligência, que julga.
relevante ao desenvolvimento infantil. PESTALOZZI segue o mestre e procura estudar
a ação mental da criança, pesquisando as intuições necessárias ao estabelecimento de.
relações. Mas é com FROEBEL que o jogo, entendido como objeto e ação de brincar,
passa a fazer parte da história da educação pré-escolar. Partindo do pressuposto de
que, manipulando e brincando com materiais como bola, cubo e cilindro, montando.
e desmontando cubos, a criança estabelece relações matemáticas e adquire noções.
primárias de Física e Metafísica Aliando a utilização de materiais educativos, que.
denomina dons, ao canto e às ocupações manuais (recorte, colagem, tecelagem),
(dobradura etc.), o pai das atuais caixas de construção elabora uma proposta.
curricular para a pré-escola que contém, em seu bojo, a relevância do brinquedo.
À semelhança de FROEBEL, ÓBERLIN propõe na França, em 1769, um currículo.
pré-escolar em que prevalece a orientação pedagógica, apoiada no uso de materiais de.
ensino. O primeiro protótipo de escola maternal francesa ensinava tricô, Geografia,
História Natural, Botânica, Educação Moral e Religiosa, exercícios para o corpo,
desenho, recorte e recursos como o passeio, para educar crianças de quatro a sete.
anos de idade. Essa prática foi continuada e aperfeiçoada por Pape-CARPANTIER,
KERGOMARD e outros.
Com a expansão de novos ideais, crescem as experiências que introduzem o jogo com.
o intuito de facilitar tarefas do ensino, trazendo, em decorrência, algumas.
características que vale ressaltar. Ao pretender tornar o estudo da História mais
atraente, tais jogos servem para divulgar, ao mesmo tempo, atitudes de respeito,
submissão e admiração ao regime vigente. O florescimento de jogos históricos no
século XIX sobressai na iconografia dos alfabetos que estampa a inicial de um rei da
França ou de personagem célebre. Da mesma forma, jogos de ganso, de cartas e de.
loto veicula, à semelhança do século anterior, a propaganda política.
O desenvolvimento da ciência e da técnica constitui a fonte propulsora dos jogos
científicos e mecânicos. Surgem jogos magnéticos para ensinar História, Geografia e.
Gramática. As fábulas de La FONTAINE e os contos de Perrault inspiram puzzles e
jogos de cubo. A expansão dos meios de comunicação, bem como o avanço do.
comércio estimula o ensino de línguas vivas. Aparecem jogos como o Bazar
Alfabético, destinado ao aprendizado do vocabulário e o poliglota para ensinar até.
cinco línguas ao mesmo tempo.
Os jogos existentes no século XIX perduram até a I Guerra Mundial, mas com a.
aproximação da guerra cresce a oferta de jogos militares. Findo o conflito, jogos.
militares dão lugar às práticas esportivas, predominando, no mercado, trens elétricos,
autoramas, bicicletas, patins etc., mostrando a valorização do esporte em detrimento.
do militarismo.
A expansão dos brinquedos ocorre em virtude de outros fatores de ordem comercial. A
produção de brinquedos é impulsionada pelas propagandas em torno do Natal e a
participação de editores especializados, como Fernand NATHAN. Esse editor estabelece
uma linha de “brinquedos”.

“educativos”, usando slogans como “instruir divertindo’”. Outras modificações na linha
de produção de brinquedos relacionam-se com a apresentação do material: os
brinquedos são mais vistosos e adaptados ao gosto da criança; há o emprego de.
materiais diversificados e um cuidado maior com a segurança.
Dando prosseguimento à prática iniciada por FROEBEL, de criar materiais educativos.
para a pré-escola, Ovídio DECROLY, médico belga, elabora, no início deste século, um.
conjunto de materiais para a educação de crianças deficientes mentais. A obra
L'iniciations a I'activité intellectuelle et motrice par les jeux éducatifs (1925) relaciona
desde materiais neutros como água, argila; materiais alternativos como botões,
carretéis; até jogos em cartonados, destinados ao desenvolvimento da percepção,
motricidade e raciocínio. Seus jogos editados pela Nathan tiveram ampla aceitação no
mundo todo, inclusive no Brasil.
Na mesma época, a médica italiana Maria MONTESSORI elabora uma metodologia de.
ensino destinado às crianças deficientes mentais, empregando materiais criados por.
ITARD e SÉGUIN, com o objetivo de implementar a educação sensorial. Em sua obra,
traduzida em Língua Portuguesa cromo Pedagogia Científica (1965), há uma relação.
desses materiais, bem como a forma de utilização. Embora o Método Montessori tenha
penetrado no Brasil desde promórdios deste século, sua expansão ocorrerá mais tarde,
quando a linha Lubienska-Montessori começa a ser adotada pelas escolas católicas
destinadas à elite. Atualmente existe um grande número de pré-escolas
montessorianas, orientadas por associações montessorianas presentes nos vários.
pontos do País.
Outra educadora que disputa o mercado dos materiais educativos é Madame
Herbinière-LEBERT, que divulga jogos educativos em cores pela Nathan. A fabricação
de jogos educativos, na França, no período de 1919 a 1939, fica dividida entre.
MONTESSORI, DECROLY e Herbinière-LEBERT.
Uma área que recebeu grandes benefícios com a utilização de brinquedos é a educação
de crianças portadoras de deficiências. Essa prática teve origem no século XVIII, com.
a criação de materiais para surdos-mudos, pelo Pe. de I'EPEÉ, em 1760. Logo depois,
Valentin HAÜY, em 1784, elabora livros de leitura, em alto relevo, para cegos. No
século seguinte, os médicos educadores, ITARD e SÉGUIN, constroem diversos.
materiais analíticos para a educação sensorial e intelectual de Vítor, o selvagem de.
Aveyron. Em seguida, MONTESSORI incorpora os materiais criados por ITARD e.
SÉGUIN em sua metodologia de ensino dirigida aos deficientes mentais. Na mesma
época, DECROLY, baseado em princípios de globalização, organiza seus jogos.
intelectuais e motores, também destinados às crianças deficientes mentais.
Atualmente, cresce o interesse pela utilização de brinquedos para educar e reeducar.
crianças portadoras de deficiências. Multiplicam-se as pesquisas e a produção de
brinquedo especializa-se, para atender às diferentes formas de deficiências da criança.
Surgem revistas epecializadas, organizações nacionais e internacionais que se.
preocupam com a questão, bem como ludotecas destinadas a crianças deficientes.
A valorização crescente do jogo reflete-se nos anos 60 com o aparecimento de museus,
com uma concepção mais dinâmica, onde as crianças podem tocar e manipular.
brinquedos. O Please Touch Museum for Children, de Filadélfia, é um exemplo dessas.
categoria. Outros, como o Keep Smiling da Bélgica, contêm um acervo de brinquedos.
para criança portadora de deficiência física A ludoteca, criada em 1934, em Los.
Angeles expande-se na França, transformando-se numa instituição de educação.
assistemática e num centro de valorização e divulgação da cultura infantil. O longo
processo de valorização do brinquedo permite o florescimento de inúmeras associações
nacionais e internacionais, bem como organizações de estudo e divulgação do jogo.


Entre eles temos: Association Française pour I'Éducation par le Jeu, Centre.
Pédagogique du Jouet, Groupe d'Études du Jouet, Ecole des Parents et des.
Educateurs, entre outros. Não se pode omitir a proliferação de revistas e jornais
especializados na questão do jogo, bem como a multiplicação de empresas que.
investem na linha dos chamados "brinquedos educativos".
Esse processo de valorização do jogo, mais recente, chega ao Brasil na década de.
oitenta, com o advento das brinquedotecas, a criação de associações de.
brinquedotecas, a multiplicação de congressos, o aumento da produção científica.
sobre o tema e o interesse crescente dos empresários em aumentar seu faturamento,
investindo em novos produtos.
A importância do jogo na educação tem oscilado ao longo dos tempos. Principalmente
nos momentos de crítica e reformulação da educação, são lembrados como.
alternativas interessantes para a solução dos problemas da prática pedagógica. Tais
oscilações dependem, basicamente, de reestruturações políticas e econômicas de cada.
país. Geralmente, em períodos de contestação, de inquietações políticas e crises.
econômicas, aumentam as pesquisas e os estudos em torno dos jogos.
Atualmente, o jogo que tinha a função de desenvolver fantasias, com caráter de.
gratuidade é canalizada para uma visão de eficiência, visando à formação do grande.
homem de amanhã, e toma-se, em decorrência, pago. A especialização excessiva dos
"brinquedos educativos", dirigidos ao ensino de conteúdos específicos, está retirando o.
jogo de sua área natural e eliminando o prazer, a alegria e a gratuidade, ingredientes.
indispensáveis à conduta lúdica.
VIAL (1981), ao analisar a história dos jogos didáticos, define-o como “uma aventura”.
“fracassada”. Os jogos didáticos procuram associar prazer e estudo, pólos considerados
opostos. Para VIAL, LEIF, BRUNELLE e Rabecp-MAILLARD, há uma contradição no.
jogo didático. O criador deste tipo de jogo fica entre escolher a didática que tira o
prazer e o jogo que interfere na apropriação sistemática do conteúdo. Tais autores
apontam a incompatibilidade entre o aspecto gratuito e livre do jogo, que inclui prazer,
e o aspecto sério e utilitário do trabalho escolar.
Em decorrência, se quisermos aproveitar o potencial do jogo como recurso para o.
desenvolvimento infantil, não poderá contrariar sua natureza, que requer a busca.
do prazer, a alegria, a exploração livre e o não-constrangimento.
Este pequeno histórico foi elaborado para atender às seguintes finalidades:
o ressaltar a importância de brinquedos e brincadeiras para a educação pré-escolar; o.
subsidiar o aparecimento das brinquedotecas; o enfatizar a necessidade de recuperar.
brinquedos e brincadeiras tradicionais, bem como sua importância para o.
desenvolvimento infantil; o assinalar a presença de propostas psicológicas que.
permitem a construção de representações infantis; e a alertar para o risco do excessivo.
uso de jogos didáticos que desvirtuam tanto as tarefas do ensino como a natureza do
jogo.


A importância do lúdico no desenvolvimento da criança

Com relação ao jogo, Piaget (1998) acredita que ele é essencial na vida da criança.  De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos.
 Em torno dos 2-3  e 5-6 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem à necessidade da criança de não somente relembrar o mentalmente o acontecido, mas de executar a representação.
 Em período posterior surgem os jogos de regras, que são transmitidos socialmente de criança para criança e por conseqüência vão aumentando de importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social. Para Piaget, o  jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.
 Já Vygotsky (1998), diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é interativo.
Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem à regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de problemas.  Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não.
 Enquanto Vygotsky fala do faz-de-conta, Piaget fala do jogo simbólico, e pode-se dizer segundo Oliveira (1997), que são correspondentes.
 “O brinquedo cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal na criança”. (Oliveira, 1977: 67), lembrando que ele afirma que a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento: a real e a proximal.  A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de início, com o auxílio de outras pessoas mais “capazes”, que já tenham adquirido esse conhecimento.
 ”As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu  nível básico de ação real  e moralidade (Vygotsky, 1998)”.
 Piaget (1998) diz que a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo,  por isso, indispensável à prática educativa (Aguiar, 1977: 58).

Na visão sócio-histórica de Vygotsky, a brincadeira, o jogo, é uma atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social. É uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão  e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.
 Para Vygotsky, citado por Wajskop (1999:35): ...a brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o  nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.
 Vygotsky, citado por Lins (1999), classifica o brincar em algumas fases: durante a primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado pela mãe, começa a falar, andar e movimentar-se em volta das coisas. Nesta fase, o ambiente a alcança por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até em torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança copia os modelos dos adultos. A terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras e convenções a elas associadas.
 Vygotsky (1989: 109), ainda afirma que: é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. “É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos”.
 A noção de “zona proximal de desenvolvimento” interliga-se, portanto, de maneira muito forte, à sensibilidade do professor em  relação às necessidades e capacidades da criança e à sua aptidão para utilizar as contingências do meio  a fim de dar-lhe a possibilidade de passar do que sabe fazer para o que não sabe. (Pourtois, 199: 109).
 As brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra e estimular para o desenvolvimento do ir além; desta forma, pode-se perceber a importância do professor conhecer a teoria de Vygotsky.
 No processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.
 A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do conhecimento estruturado e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do jogo como forma rica e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e necessário que o professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças.
 O jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar maior espaço para ser entendido como educação, na medida em que os professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir para com o desenvolvimento da criança.
 NEGRINE (1994:20), em estudos realizados sobre aprendizagem e desenvolvimento infantil, afirma que "quando a criança chega à escola, traz consigo toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas através da atividade lúdica".
Segundo esse autor, é fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar e sociocultural, para formular sua proposta pedagógica.
 Entendemos, a partir dos princípios aqui expostos, que o professor deverá contemplar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais encontrarem significado pela  ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo.
 Porém essa perspectiva não é tão fácil de ser adotada na prática. Podemos nos perguntar: como colocar em prática uma proposta de educação infantil em que as crianças desenvolvam, construam/adquiram conhecimentos e se tornem autônomas e cooperativas? 
Como os professores favorecerão a construção de conhecimentos se não forem desafiados a construírem os seus?
O caminho que parece possível implica pensar a formação permanente dos profissionais que nela atuam.
 “é preciso que os profissionais de educação infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na área da educação infantil e da cultura em geral, para repensarem sua prática, se reconstruir enquanto cidadãos e atuarem enquanto sujeitos da produção de conhecimento. E para que possam mais do que "implantar" currículos ou "aplicar" propostas à realidade da creche/pré-escola em que atuam efetivamente participar da sua concepção, construção e consolidação”. (Kramer apud MEC/SEF/COEDI, 1996 p.19).

A importância do brincar
Que adulto não recorda dos velhos tempos de criança, onde as brincadeiras eram ensinadas entre os amigos, vizinhos e promoviam, além de divertimento, a manutenção da saúde e do desenvolvimento psicomotor?Nos dias de hoje, a preocupação continua sendo a mesma: da criança interagir em grupo e desenvolver-se. Porém, os meios que favorecem esse acontecimento mudaram do lúdico para o supertecnológico. Algumas crianças são assim, passam grande parte do tempo jogando no computador e no vídeo-game, enquanto o playground do prédio está quase vazio e o dia de sol convida para brincar ao ar livre.Muitos pais devem estar se perguntando: como fazer e por onde começar?
Em diversos livros que tratam do tema desenvolvimento infantil, exemplos são dados, mas não encontramos receitas prontas que indiquem os itens que devemos seguir. O que está ocorrendo, segundo algumas publicações em revistas e jornais, é a numerosa procura por soluções alternativas, onde as crianças possam gastar sua energia.Um exemplo conhecido é aquele que, quanto mais atividades a criança abranger (inglês, natação entre outras), melhor será seu desempenho. Atividades extras são extremamente produtivas, todavia não englobam tudo.Às vezes, as crianças conseguem dar conta de todos os seus afazeres, apenas não possuem tempo para a tarefa principal desta fase, que é o brincar, pois seguem horários até para a diversão.
Ao pensarmos na importância do brincar no desenvolvimento global, encontramos na literatura que o jogo, seja de que tipo for, é o meio natural da criança se auto-expressar, já que detém a oportunidade de libertar seus sentimentos e descontentamentos, através da utilização do brinquedo. Na psicologia esta interação compõe a ludoterapia.
A criança tem dentro de si potencial e este emerge nas situações de sua vida, e nestes momentos, o indivíduo apresenta ao mundo seu ritmo e sua harmonia. E o brinquedo nada mais é do que a linguagem da criança.
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