Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!

Fernando Sabino

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

CONHECENDO E APRENDENDO: BIOGRAFIA DA GRANDE CHIQUINHA GONZAGA...O ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR...


Compositora e maestrina carioca- CHIQUINHA GONZAGA
17/10/1847, Rio de Janeiro (RJ)
28/2/1935, Rio de Janeiro (RJ)
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Francisca Edwiges Neves Gonzaga era filha do militar José Basileu Neves Gonzaga e da mulata Rosa Maria de Lima. Ganhou um piano de seu pai aos 9 anos e compôs a sua primeira música aos 11 anos.
Casou-se com o oficial da Marinha Mercante Jacinto Ribeiro do Amaral aos 13 anos. Aos 16, nasceu o primeiro filho, João Gualberto. No ano seguinte, teve Maria.
Três anos depois, já seduzida pela música, decidiu separar-se do marido, o que provocou o rompimento das relações com o seu pai.
Chiquinha passou a viver com João Baptista de Carvalho, um bon-vivant com quem teve a filha Alice Maria. Em 1876, o casal decidiu mudar-se para o interior de Minas Gerais. Ao surpreender o amado com outra mulher, Chiquinha deixou-o, com a filha, que ainda não havia completado um ano, e partiu de vez para a carreira artística, compondo e dando aulas para se sustentar.
O flautista Antônio da Silva Calado a introduziu nas rodas de chorões do Rio de Janeiro. Num desses encontros de músicos, em 1877, ela compôs, de improviso, a polca "Atraente", seu primeiro sucesso. Depois musicou operetas e dirigiu concertos, tornando-se a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.
Além da música, Chiquinha participava ativamente do movimento pela libertação dos escravos. Vendia de porta em porta suas partituras, a fim de angariar fundos para a causa. Com o dinheiro que conseguiu ao vender a partitura de sua música "Caramuru", Chiquinha Gonzaga comprou, em 1888, a alforria do escravo e músico José Flauta, antecipando-se poucos meses à Lei Áurea. Foi também uma participante ativa da campanha pela proclamação da República.
Em 1897, compôs o tango "Gaúcho", lançado na peça "Zizinha Maxixe", de Machado Careca que, quatro anos mais tarde, faria uma letra para a composição, que passaria a se chamar "Corta-Jaca". Essa música fez tanto sucesso que foi incluída na revista luso-brasileira Cá e Lá, encenada em Portugal e executada numa audição no Palácio do Catete, feita por Nair de Tefé, a esposa do presidente . O evento foi considerado uma quebra de protocolo e um escândalo nas altas esferas do poder brasileiro.
Enquanto ouvia o ensaio do Cordão Rosa de Ouro, no Andaraí, em 1899, Chiquinha compôs a sua primeira marcha carnavalesca, "Ó Abre Alas". Em 1902, fez uma viagem à Europa, mudando-se para Lisboa em 1906. Voltou acompanhada por João Batista (Joãozinho Gonzaga), um rapaz 36 anos mais jovem, que havia conhecido ainda no Rio.
Em 1912, Chiquinha assistiu à estréia de "Forrobodó", opereta que musicara, escrita por Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt. Três anos depois, Chiquinha musicou a peça "A Sertaneja", de Viriato Correia.
Participou da fundação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), em 1917, e lançou campanha de fundos destinados à construção de uma nova sepultura para Francisco Manuel da Silva, compositor do Hino Nacional Brasileiro, dois anos depois.
Em 1933, aos 85 anos, escreveu sua última partitura, "Maria".
Chiquinha morreu em 1935. Durante a sua vida, musicou aproximadamente 77 peças de teatro. Sua obra reúne mais de 2.000 composições, entre valsas, polcas, tangos, maxixes, lundus, fados, serenatas, músicas sacras. Entre suas inesquecíveis criações estão "Ó Abre Alas", "Atraente", "Casa de caboclo", "Faceiro", "Falena" e "Lua branca", entre outras.



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