Façamos da interrupção um caminho novo.
Da queda um passo de dança,
do medo uma escada,
do sonho uma ponte, da procura um encontro!

Fernando Sabino

sábado, 12 de maio de 2012

HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES

Casimiro de Abreu

Oh l‘amour d’une mère! — amour que nul n’oublie!
V. Hugo.


Da pátria formosa distante e saudoso,


Chorando e gemendo meus cantos de dor,


Eu guardo no peito a imagem querida


Do mais verdadeiro, do mais santo amor:


— Minha Mãe! —



Nas horas caladas das noites d’estio


Sentado sozinho co’a face na mão,


Eu choro e soluço por quem me chamava


— “Oh filho querido do meu coração!” —


— Minha Mãe! —



No berço, pendente dos ramos floridos


Em que eu pequenino feliz dormitava:


Quem é que esse berço com todo o cuidado


Cantando cantigas alegre embalava?


— Minha Mãe! —



De noite, alta noite, quando eu já dormia


Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,


Quem é que meus lábios dormentes roçava,


Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?


— Minha Mãe! —



Feliz o bom filho que pode contente


Na casa paterna de noite e de dia


Sentir as carícias do anjo de amores,


Da estrela brilhante que a vida nos guia!


— Uma Mãe! —



Por isso eu agora na terra do exílio,


Sentado sozinho co’a face na mão,


Suspiro e soluço por quem me chamava:


— “Oh filho querido do meu coração!” —


— Minha Mãe! —




Fonte: www.dominiopublico.gov.br-http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/casimiro-de-abreu/minha-mae.php

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